Minha nova paixão: Mediação de Conflitos Familiares sob a ótica interdisciplinar da Psicologia e do Direito

RIBEIRO, Schaiane

O trabalho realizado no projeto de Extensão em Mediação Familiar desenvolvido no Núcleo de Prática Jurídica da IMED (NUJUR), conta com a interdisciplinaridade entre as Escolas de Psicologia e Direito da referida instituição. Portanto, a problemática aqui levantada, refere-se à Mediação dos Conflitos Familiares, uma vez que se observa que esta é a demanda com maior ênfase no presente momento. O ponto essencial consiste, em estabelecer um diálogo com visão interdisciplinar ao tratar-se de questões que contemplam as necessidades familiares nos âmbitos jurídicos ou psicológicos. Considerando a mediação como uma metodologia de solucionar conflitos em que um terceiro, imparcial, coordena reuniões conjuntas ou separadas com as partes envolvidas na questão, tem-se o objetivo de um processo mediador como de estimulação ao diálogo entre estas partes para que as mesmas alcancem a solução para suas controvérsias. Pensando nisto, o trabalho conjunto entre a Psicologia e o Direito, propicia momentos criativos onde as partes têm a oportunidade de analisar e refletir sobre a melhor opção de resolução para os conflitos que levaram a busca do serviço jurídico. Respeitando o método de pesquisa a qual o grupo segue, que vem a ser novos direitos, jurisdição, efetividade e desenvolvimento, inclui-se a Psicologia neste processo de mediação por ser esta uma ciência que se dedica ao estudo da subjetividade humana e seu comportamento. Para tanto, há uma dedicação ao estudo das duas linhas envolvidas, o Direito e a Psicologia, o que proporciona além de conhecimento, maior segurança para a prática do processo mediador. Metodologicamente, o mediador que possui domínio da área jurídica sente a necessidade de adquirir conhecimento sobre a área Psicológica, assim como o mediador que possui domínio da área Psicológica sente a necessidade de adquirir o conhecimento da área jurídica. Isto faz com que ambas as áreas tenham proximidade ao discutir os casos que surgem nas demandas, neste momento histórico, a demanda em questão é a mediação dos conflitos familiares. Ao tratar de família se faz necessário um maior cuidado com as questões trazidas por esta, uma vez que a família que busca auxílio passa por momentos de exposição de sua íntima existência enquanto grupo familiar, por isto o mediador considera que a mediação de forma efetiva ocorrerá se as pessoas envolvidas estiverem dispostas a serem mediadas. Hoje, sabe-se que a mediação faz parte de uma cultura de paz social, entretanto, ao se tratar de mediação familiar, esta é vista de forma muito mais abrangente, uma vez que as pessoas, membros daquela família, única em suas característica biopsicossocias, necessitam emancipar-se e assumir seus conflitos através do diálogo e não da imposição pelo enfrentamento. O mediador para que possa melhor auxiliar nas questões divergentes da família necessita de tempo para realizar a investigação de toda a complexidade das inter-relações daquela família, por isto, a dedicação ao estudo da ciência Psicológica e da Jurisdição se faz de extrema importância, bem como o diálogo freqüente entre as categorias. Considerando a metodologia adotada pontua-se que os resultados que até então vem sendo obtidos são positivos uma vez que há a resolução dos conflitos. Levanta-se ainda a hipótese de que este projeto de extensão trará boas conseqüências para a instituição concedente, uma vez que através deste haverá a redução do número de ações passivas no Judiciário, além de caracterizar o aspecto de relações interdisciplinar entre as Escolas de Psicologia e Direito. A mediação de conflitos familiares traz aspectos de foro positivo por gerar benefícios imediatos tanto para a sociedade acadêmica quanto para a sociedade como um todo, tornando-se assim, um projeto de extensão pró-ativo. Além disto, as questões de mediação me despertam para uma nova linha de estudos, a Psicologia Jurídica. Já não é de hoje que gosto do tema, entretanto, após estabelecer um maior e melhor contato com a área do Direito, percebi que esta é uma área instigante e que possibilita abrir um leque de observações para a Psicologia. Acabo de abrir minha mente para uma nova possibilidade de atuação dentro da Psicologia, e estou apaixonada por esta nova possibilidade. Preciso de mais espaço na minha pequena biblioteca.