Eu trabalho, tu trabalhas, nós trabalhamos no nó do trabalho

Por: RIBEIRO, Schaiane
Artigo de opinião publicado no Jornal Eletrônico IMEDiATO News, ano 2011.

Ampliar o olhar para os mais diversos significados e formas de sucesso, faz parte do mundo daqueles que buscam crescimento contínuo, pensando nisto, vejo a possibilidade de estagiar na área de Psicologia Organizacional no Setor Gestão de Pessoas, como uma oportunidade, não apenas facilitadora do aprendizado, mas também de perceber o ser humano dentro do mundo do trabalho através se sua forma de agir e construir o coletivo.


A prática de gerir pessoas é apontada por muitos autores e consultores como sendo a “ferramenta para o sucesso”. Pois bem, considerando as palavras de Nelson Rodrigues que nos trazia já em meados dos anos 40 que “talento é mais barato que sal, o que separa uma pessoa talentosa da bem-sucedida é muito trabalho duro”, pode-se considerar que trabalhar com gestão de pessoas requer feeling para perceber quando os múltiplos talentos agregados podem ou não formar o nó do sucesso.


Utilizo aqui o termo “nó” para metaforicamente simbolizar as relações que surgem nos ambientes de trabalho, que é formado pelas pessoas e sua visão de si, do outro e do mundo. Ao agregar os fios que formam o “nó” das empresas, as pessoas trazem consigo suas experiências de vida e profissionais, somados os nós subjetivos de cada pessoa, temos o nó “intersubjetivo – institucional” (termo que confesso não ter surgido da ciência, mas sim, de um ato de empirismo) que dará alicerce para a formação da cultura organizacional de cada empresa.


Considerando a sabedoria popular e seu dito de que “seria muito fácil trabalhar com pessoas, não fossem as pessoas”, percebe-se que trabalhar com gestão de pessoas é desatar nós ao passo de formar outros tantos, na expectativa de se tornarem produtivos na trilha do tão almejado sucesso. O nó da organização nem sempre é perceptível, ora se mostra por comportamentos de seus inúmeros fios (os colaboradores), ora pela textura de cada fio (ou singularidade de cada um). Conforme nos é lembrado pelas palavras de Zanelli (2008, p. 466) “a compreensão integral do ser humano, portanto, depende de uma compreensão da sua inserção no mundo do trabalho e das relações que são criadas no interior das organizações em que trabalha.”


Lembrar, portanto, que pessoas são formadoras de organizações faz parte da busca pelo nó do sucesso, que quando bem costurado ganhará o sentido de unidade e força, do contrário fará jus ao sentido primeiro da expressão “nó”. A Psicologia, neste aspecto, não deve se fechar na organização, mas sim, estar aberta a novas possibilidades e de forma ética e perspicaz atuar juntamente com as demais áreas do conhecimento – dentre elas, destaca-se a administração - em busca do bem-estar coletivo e duradouro, o que contribui para o trabalho e para costurar o nó na escalada do sucesso.


Ao citar este artigo indique fonte: RIBEIRO, Schaiane: Eu trabalho, tu trabalhas, nós trabalhamos no nó do trabalho.

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