Por: RIBEIRO, Schaiane
Artigo publicado no caderno DM em Revista. Jornal Diário da Manhã.
07 e 08 de julho de 2012
Artigo publicado no caderno DM em Revista. Jornal Diário da Manhã.
07 e 08 de julho de 2012
Conforme
ditado popular “o Brasil é o País do Futebol!” Esta semana se pode acompanhar
milhares de brasileiros que vibraram com a primeira conquista do Corinthians na
Libertadores da América. Estes torcedores proporcionaram um brilho a mais ao
espetáculo, suas lágrimas, seus sorrisos, suas caras pintadas, seu amor e sua
devoção, demonstraram a capacidade humana de unir-se em massa diante de um
objetivo comum.
O Rio Grande do Sul também é um dos Estados
onde a rivalidade entre as torcidas de times de futebol chama a atenção,
pessoas vestem-se com as cores do time e pintam a cara para saudar seus ídolos,
jogadores que muitas vezes saem do anonimato por terem sido autores de um gol,
ou de um passe para o gol que decide uma partida.
Entretanto,
o que há de tão sagrado na idolatria pelos times de futebol? Pessoas necessitam
de afeto e este afeto (em sentido amplo de palavra) não raras vezes faltante
entre as relações humanas, pode ser transferido para atividades ou objetos. Amam-se
carros, ama-se dinheiro, amam-se roupas, ama-se a profissão e ama-se time de
futebol. Esta projeção do desejo de felicidade torna-se saudável na medida em
que satisfaz o homem e não traz prejuízos em sua forma de vida. Embora,
torcedores argumentem que seus times do coração são suas vidas, é mister saber
que seu time de futebol não alimentará sua família, não pagará suas contas e
não dormirá ao seu lado na velhice.
Ao
assistir a uma partida de futebol, é preciso estar ciente de que alguém há de
vencer e alguém há de perder. Quando o ato de torcer por um time inicia um
prejuízo emocional, impedido o sujeito de realizar suas atividades cotidianas
como trabalhar, estudar e se relacionar com os demais em detrimento de uma
derrota ou das excessivas comemorações de uma vitória, é necessário refletir
sobre o significado deste time na vida deste sujeito e qual vazio que este excesso de adoração esta buscando
preencher.
O
anseio da vitória de um torcedor fanático por seu time pode, em alguns casos evidenciar
um desejo inconsciente de satisfação de seu próprio eu. O pensamento polarizado
de que o time precisa vencer um concorrido campeonato por pensar ser esta será
a única alegria de seu ano, se junta a outros milhares de pensamentos
semelhantes, formando o grande pensamento de grupo que leva a massa de
torcedores comuns a apoiar o time e muitas vezes, se rebelar contra a massa de
torcedores de time oposto.
Quando
não saudável este pensamento de grupo, pode gerar as brigas entre torcidas
rivais, já que uma vez partindo do princípio descrito em parágrafos anteriores:
um dos times há de perder, a não aceitação deste fato, gera profunda dor e
sofrimento. O sujeito que investiu toda sua energia psíquica e emocional
naquele dia que o decepcionou, sem algo que o conforte de imediato, tende a não
suportar a visão da felicidade de seu adversário, o que leva a passagem ao ato
da violência. A torcida que viu seu time vencer, em contraparida em um falso
momento de poder unanime, rebate às provocações a ao ato de violência também
com a passagem ao ato.
Segundo
o disposto na mais recente versão do Dicionário de Psicologia, elaborado pela
American Psychological Association – APA (2010, p. 693) “o pensamento de grupo consiste em sintomas que incluem aparente
unanimidade, ilusões de vulnerabilidade e correção moral, pressão interpessoal,
autocensura e estratégias de tomadas de decisões defeituosas.”
Ter
algo para diversão, como torcer por um time de futebol é importante, afinal o
que seria dos homens sem convicções e grupos? Quem nunca vibrou com um gol do
“craque” de seu time? O ser humano necessita de formas para liberar seus
impulsos e o futebol, “a paixão do brasileiro” é umas destas formas, uma vez
que desperta alegrias e por 90 minutos proporciona a fuga de uma realidade
constante, que muitas vezes pode não ser tão agradável quanto se quer.
Ter
paixões é necessário e faz bem, entretanto, é preciso estar atento aos enredos
destas paixões. O futebol é prazeroso quando contemplado de forma saudável e
for visto como uma forma de crescimento e amadurecimento pessoal. É necessário
lembrar que o futebol, antes de tudo é um esporte, e como tal, também serve
para educação. Jogos como o presenciado na última quarta-feira podem ser bons
aliados dos pais, por exemplo, na hora de conversarem com seus filhos sobre
ideologias, perdas, ganhos e vivencia em sociedade.
Viva-se
a alegria dos campos! Que todos possam contemplar com emoções e respeito o
esporte futebol, admirar seu time preferido, torcer, sonhar, viver o momento de
descontração e felicidade que este proporciona, lembrando que em cada partida,
celebra-se a vitória, entretanto, perder não supõem incapacidade ou falta de
competência, no futebol, assim como na vida é necessário saber viver a partida
maestria.
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